Publicamos abaixo a primeira parte da palestra ministrada
por Nick Beams em um curso internacional realizado pelo International
Committe of the Fourth International (ICFI) e pela ISSE (International
Students for Social Equality) em Sidnei, Austrália, entre
21 e 25 de janeiro de 2008. Beams é membro do comitê
editorial internacional do World Socialist Web Site (WSWS) e secretário
nacional SEP Austrália.
Em um curso lecionado 10 anos atrás, às vésperas
do lançamento do World Socialist Web Site, nós
nos detivemos por algum tempo examinando as implicações
da então chamada crise financeira asiática, que
havia estourado no último mês de julho.
Na ocasião, eu dizia que era relativamente difícil
fazer um pronunciamento sobre aquela crise, pois nós estávamos
enfrentando um alvo móvel. Hoje, eu tenho a sensação
de um déjà vu em meio a algo que, indubitavelmente,
é o aprofundamento da crise do capitalismo americano e
mundial.
Quando a crise asiática emergiu, nós explicamos
que não era exatamente uma crise asiática, mas uma
crise do capitalismo mundial que se manifestava na Ásia.
Hoje, nós não estamos nos defrontando com uma simples
crise do capitalismo americano, mas com uma crise mundial que
está surgindo nos Estados Unidos.
A cada novo dia, aparecem novas notícias das perdas
sofridas pelas maiores corporações financeiras-a
Merril Lynch acabou de sofrer um calote de 16.7 bilhões
de dólares-além de avisos de que muito mais ainda
está por vir. O Citgroup anunciou recentemente a
maior perda na história dos seus 196 anos-US$ 9,83 bilhões
no último trimestre-mesmo depois de reduzir o valor dos
investimentos das hipotecas subprime em 18 bilhões
de dólares.
As grandes instituições financeiras estão
correndo para garantir largas injeções de capital
de qualquer lugar onde possam encontrá-lo-a MerrilLynch e o Citigroup estão, sozinhos, tentando
levantar 21 bilhões de dólares de fundos financeiros
de Singapura e da Arábia Saudita.
A cada dia chegam novos anúncios. O Economist
de 18 de janeiro, sob a manchete de Falência Geral?,
trazia um relatório do desenvolvimento da crise no interior
do mercado de títulos. Dizia o jornal:
As grandes seguradoras de títulos americanas,
responsáveis pela garantia de 2,4 trilhões de dólares
nos setores público e privado de títulos, usualmente
fazem seus negócios sem grandes alardes. Porém,
agora que elas parecem desorientadas, começaram a chamar
a atenção. Se uma ou mais dessas seguradoras ameaçarem
quebrar, ocorrerá uma enorme onda de falências em
bancos e outras instituições financeiras que dependem
de suas garantias. Caso isto ocorra, a escassez de crédito
se agravará, causando uma dor de cabeça ainda maior
às autoridades que tentam, em vão, lutar contra
a amarga desaceleração da economia americana.
As mazelas causadas por um efeito dominó financeiro
como este seriam catastróficas. Uma agência de avaliação
de crédito, a Moody`s, sinalizou com a possibilidade de
rebaixar, num futuro próximo, a pontuação
AAA de duas das maiores seguradoras de títulos, a MBIA
e a Ambac.
Agora, a maioria dos economistas está prevendo uma recessão
e o centro da discussão é quão cedo ela virá
e por quanto tempo deverá durar.
Em 10 de janeiro, o presidente do Federal Reserve, Ben
Bernanke, fez um importante pronunciamento sobre a economia dos
Estados Unidos, em que ele garantiu que o comitê de política
monetária do Fed realizará cortes significativos
na taxa de juros dos Estados Unidos em sua próxima reunião,
no fim do mês. Mas ao invés de esta notícia
levantar os mercados financeiros, o índice Down Jones
Industrial Average caiu 250 pontos logo após o pronunciamento.
Não é de se estranhar. Bernanke falou da volatilidade
da situação, que torna a previsão do curso
futuro da economia ainda mais difícil do que o usual,
notou a considerável incerteza do investidor para
avaliar de forma apropriada um leque mais amplo de recursos, e
não apenas as hipotecas subprime, alertou
sobre as informações recentes que sugerem,
para 2008, um piorado patamar mínimo para a atividade real
e a maior evidência de risco negativo para o crescimento,
e disse ainda que, apesar das melhoras em algumas áreas,
a situação financeira ainda permanece frágil.
O quão frágil permanece a situação
é o que nós podemos ver a partir dos comentários
que apareceram na imprensa financeira durante os últimos
dois meses.
O Economist escreveu, em 19 de dezembro, que a crise
não é apenas falta de liquidez, mas que agora
parece estar se transformando numa crise bancária também.
A situação se tornou mais aflitiva em
novembro último, quando se percebeu que as perdas no mercado
imobiliário seriam grandes e que os bancos acabariam tendo
que arcar com elas, mesmo que não estivessem com um capital
preparado para isto. Bancarrotas, recessão, processos
judiciais, protecionismo: infelizmente, todos serão possíveis
em 2008, alertou o jornal.
Em uma coluna publicada no dia 12 de dezembro, um comentarista
econômico do Financial Times, Martin Wolf, escreveu:
Em primeiro lugar, o que está acontecendo nos mercados
de crédito hoje é um enorme abalo na credibilidade
do modelo anglo-saxônico de capitalismo financeiro, orientado
para transações. Uma mistura de capitalismo
de compadres e uma incompetência grosseira é
o que tem ocupado as telas do coração dos mercados
financeiros de New York e Londres.
David Ignatius escreveu, no Washington Post de 16 de
dezembro: A crise de crédito global que começou
no último verão ainda não chegou ao seu auge,
e os bancos centrais temem que o desgastado sistema financeiro
jogará a economia mundial em uma profunda recessão.
O colunista Wolfgang Munchau, do Financial Times, no
dia 16 de dezembro defendeu que a crise não é, na
sua essência, uma crise de liquidez pois se o fosse ela
já teria passado.
A crise, ele escreveu, é uma completa
crise de solvência causada pelo estouro simultâneo
de duas bolhas gigantes e interconectadas - uma de propriedade
e outra de crédito_- levando bancos e investidores à
beira da bancarrota, alguns se sustentando ainda pelas pontas
dos dedos. E não há nada que os bancos centrais
estejam oferecendo que possa aliviar a crise de solvência.
Comentários de Bill Gross, o chefe do grupo de gerenciamento
de valores Pimco, foram citados em diversas seções
da imprensa financeira. Nós estamos assistindo,
disse ele, ao que é, essencialmente, a falência
do nosso moderno sistema bancário atual, um complexo sistema
de alavancagem que se tornou extremamente difícil de compreender.
A Pimco não realiza pequenas operações,
gerenciando aproximadamente um trilhão de dólares
em fundos financeiros.
Os primeiros sinais da crise começaram a aparecer em
2006, quando o preço das habitações nos Estados
Unidos começou a cair. A rápida escalada das operações
financeiras baseadas em hipotecas era um claro sinal de que a
queda dos preços era algo significativo para o sistema
financeiro e para toda a economia dos Estados Unidos.
No entanto, a posição oficial do Fed era de que
o problema poderia ser contido. Em 14 de fevereiro de 2007, o
presidente Bernanke declarou que alguns sinais parciais
apontavam que uma estabilização começava
a aparecer no mercado imobiliário. Porém,
em 28 de março ele disse: O impacto dos problemas
no mercado de subprime parecem estar contidos e não
deverão atingir o mercado financeiro nem a economia americana.
Em 17 de maio, ele indicou: Nós acreditamos que
os problemas no setor de subprimes terão um efeito
limitado sobre o resto do mercado imobiliário, e nós
não esperamos uma contaminação mais ampla
no resto da economia ou no sistema financeiro.
No dia 5 de junho, pouco antes da eclosão da crise de
crédito, ele disse: Fatores fundamentais - incluindo
crescimento sólido do nível de renda e índices
de hipotecas relativamente baixos - devem manter a demanda por
habitação, e neste momento parece improvável
que os problemas no setor subprime contaminem seriamente
a economia ou o sistema financeiro.
Em pouco tempo ficou claro o quanto estas declarações
subestimavam a situação real. No meio de junho,
a crise do setor subprime ganhou a cena quando o banco de investimentos
Bear Stearns anunciou que dois de seus fundos derivativos
(hedge funds) estavam experimentando problemas em virtude de seus
investimentos em dívidas de hipotecas subprime.
Nos dois meses que se seguiram, a crise começou a se
desenvolver rapidamente, na mesma medida em que cresciam as impressões
acerca de um maior envolvimento dos principais bancos e instituições
financeiras em operações de risco. No dia 17 de
agosto, o Federal Reserve dos Estados Unidos fez sua primeira
grande intervenção, anunciando um corte na discount
rate [taxa de redesconto] cobrada dos bancos com dificuldades
financeiras. Essa intervenção ocorreu logo após
um dia de altas e baixas em Wall Street, dia em que duas grandes
intervenções foram realizadas pelas autoridades
financeiras para tentar conter a queda vertiginosa das ações.
Era claro que, sem uma intervenção do Fed, o mercado
poderia ter despencado mais de 1.000 pontos no dia seguinte.
Em 18 de setembro, o Fed interviu novamente, cortando a taxa
básica de juros em 50 pontos base [0,5%]. Isso trouxe algum
alívio aos mercados, mas em novembro já estava claro
que a crise estava longe de seu fim.
O problema básico era que as operações
fundamentais de crédito de todo o sistema capitalista estavam
sendo afetadas pelo colapso da credibilidade. Os maiores bancos
e instituições financeiras estavam rejeitando crédito,
seja porque elas precisavam manter um caixa em mãos para
o caso de suas próprias operações off-balance-sheet
[realizadas em conjunto com outras instituições]
começassem a quebrar, seja porque eles não soubessem
o quão estão expostos a crédito incerto vinculado
aos bancos e instituições aos quais eles forneceriam
o crédito.
Esses temores se refletiram em mudanças na taxa LIBOR
(Taxa Londrina Oferecida Entre Bancos, da sigla em inglês),
a taxa base que os bancos usam ao realizar empréstimos
inseguros para outros bancos. Em tempos normais, a LIBOR é
apenas ligeiramente mais alta que a taxa básica de juros
do tesouro americano, considerada como a forma mais segura de
investimento. No entanto, com o estouro da crise do subprime
e com a maior queda das ações dos principais bancos,
a taxa LIBOR subiu vertiginosamente.
O aumento da taxa LIBOR reflete a falta de confiança
que os principais bancos - os principais nomes e instituições
do mundo financeiro -têm uns nos outros. Essa falta de confiança
é ainda maior quando se trata de outras instituições
financeiras. Eles descobriram que o crédito barato que
outrora já esteve disponível, e sobre o qual eles
basearam suas operações, já não está
mais à disposição.
Isso foi o que levou à falência o banco Northern
RockBank na Inglaterra. Ele não foi à
bancarrota porque tinha investido em hipotecas subprimes
americanas - seu envolvimento neste setor era insignificante.
Ao contrário, o banco caiu vítima da escassez de
crédito que foi causada pela crise do subprime.
O Northern Rock construiu seu capital contraindo crédito
no mercado de curto prazo e utilizando este caixa para financiar
empréstimos de longo prazo, com taxas ligeiramente melhores
que as oferecidas por outras instituições financeiras.
Operando com margens muito estreitas, ele teve que contrair enormes
quantidades de dinheiro. Esse método funcionou bem enquanto
o crédito de curto prazo estava continuamente disponível.
Mas quando ele sumiu, o banco colapsou.
O mesmo processo derrubou o grupo de propriedade australiano
Centro. No correr da última década, o grupo
produziu para seus investidores retornos anuais de mais de 20%
ao ano, com uma estratégia que envolvia a compra de shopping-centers
nos mercados em ascensão para então vendê-los
em parte a fundos gerenciados. No último mês de maio
o Centro fez seu maior negócio, uma transação
de $6,3 bilhões de dólares nos Estados Unidos. O
grupo optou por lastrear uma parcela do negócio com crédito
de curto prazo.
Em 17 de dezembro, ele anunciou que não poderia refinanciar
o valor de US$ 2,5 bilhões, em débitos de curto
prazo. Segundo o presidente do Centro, Nós
jamais esperávamos, nem podíamos prever, que fontes
de recurso históricas que estavam disponíveis para
nós e para muitas outras companhias estariam fora de operação.
Assim como em outros casos no passado, a crise financeira atingiu
a economia mundial justamente no ponto em que ela estava experimentando
um crescimento mais significativo.
No último maio, o relatório Panorama
da Economia Mundial (WEO, da sigla em inglês),
elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ressaltou
que a taxa de crescimento médio anual para os anos 2003-2006
foi de 4,9% e previa que ela fosse mantida por ao menos os próximos
dois anos. O único crescimento forte e contínuo
ocorreu nos anos 1970-1973, quando o crescimento mundial foi de
5,4%. Segundo o relatório do FMI, se a atual taxa de crescimento
se sustentar, ela representará o crescimento mais poderoso
em um período de 6 anos desde a década de 1970.
O quadro pintado pelo relatório Projeções
Econômicas Globais, publicado pelo Banco Mundial
em dezembro de 2006 não era muito diferente. Ele apontava
para uma forte performance global, refletindo a rápida
expansão dos países em desenvolvimento, que cresceram
mais de duas vezes mais rápido que as economias avançadas.
Isso não era apenas resultado do impacto da economia chinesa,
que cresceu 10.4%, mas também da dos países em
desenvolvimento. Em conjunto, 38% do crescimento global
teve origem nestes países, bem acima da sua parcela de
22% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
O relatório do Banco Mundial declarou que se os últimos
25 anos fossem divididos em dois períodos -1980-2000 e
2000-2005-, o crescimento médio dos países em desenvolvimento
teria aumentado de 3,2% no primeiro período para 5% no
segundo. Apesar desta aceleração não ocorrer
de forma compartilhada entre todos os países, ela também
não é meramente resultado do maior crescimento da
China e da Índia.
O relatório WEO do FMI estava repleto de histórias
similares sobre sucessos econômicos. A atividade econômica
na Europa Ocidental teve seu momento de glória
em 2006, com um crescimento do PIB na zona do euro atingindo 2,6%,
quase o dobro da taxa de 2005 e o maior crescimento desde 2000.
O relatório declarou: A Alemanha foi a principal
locomotiva, abastecida por um robusto crescimento das exportações
e um pesado investimento originado dos significativos melhoramentos
na competitividade e na saúde das corporações
(corporation health) realizados nos últimos anos.
De modo geral, a taxa de desemprego caiu 7,6% na zona do euro,
o seu menor nível em 15 anos.
Havia boas notícias até sobre o Japão,
região em que, após o colapso do mercado de ações
e o estouro da bolha no começo da década de 1990,
a economia estava virtualmente estagnada por mais de uma década.
Apesar do inesperado declínio nos índices de consumo
no meio de 2006, os fundamentos da economia seguem robustos,
com expansão do investimento privado - sustentado por lucros
significativos, por melhoramentos nas folhas de balanço
e pela retomada do crédito bancário - e com aumento
crescimento das exportações. A expectativa
era de que o crescimento real da economia japonesa permanecesse
acima de 2%.
Enquanto a expectativa era de que a taxa de crescimento da
América Latina caísse dos 5,5% de 2006 para 4,9%
em 2007, o período dos anos 2004-2006 foi o triênio
que registrou o mais forte crescimento na América Latina
desde 1970.
Nos assim chamados emergentes asiáticos,
a atividade econômica continua se expandindo em ritmo
enérgico, sustentada por um crescimento muito
forte na China e na Índia. Na China, o PIB real cresceu
10,7% em 2006, enquanto na Índia o crescimento foi de 9,2%,
resultado do incremento no consumo, nos investimentos e nas exportações.
O crescimento no Leste Europeu acelerou-se para 6% em 2006,
enquanto na Rússia esperava-se que o crescimento de 7,7%
atingido em 2006 fosse levemente reduzido para 7% em 2007 e para
6,4% em 2008.
O relatório WEO descrevia ainda o cenário
econômico para a África como muito positivo
num cenário mundial de forte crescimento, aumento do fluxo
de capitais, crescimento da produção petrolífera
em vários países e aumento da demanda por commodities
não combustíveis (non-fuel). Nós esperamos,
escreveu o FMI, um aceleramento no crescimento do PIB real
de 5,5% em 2006 para 6,2% neste ano (2007), antes de uma desaceleração
para 5,8% em 2008.
No último mês de junho, o Bank of International
Settlements [o banco central dos bancos centrais] publicou
um relatório ressaltando que em 2006 o crescimento mundial
teve uma expansão no ritmo de 5,5%, atingindo o quarto
ano consecutivo com crescimento acima de 4%. A força da
economia estava ampliando suas bases, com praticamente todos os
países industriais avançados crescendo acima do
esperado em 2006, enquanto os principais mercados emergentes também
avançaram.
O relatório sustentava: O crescimento dos últimos
quatro anos difere em diversos aspectos daquele de 1994-7, quando
a economia mundial também registrou quatro anos consecutivos
de crescimento conforme ou acima do esperado. Primeiro, a economia
dos mercados emergentes, especialmente na Ásia, contribuíram
com 1,25% a mais no crescimento global do que contribuíram
uma década atrás. Em grande medida, isso reflete
a bonança atual da economia chinesa.
Um artigo publicado na revista do FMI de outubro de 2007, a
IMF Survey, deixa claro o quão significante tem
sido o crescimento das economias da China e da Índia. Hoje,
a China é o país que, sozinho, tem a mais importante
contribuição para a economia mundial, como mostram
os gráficos abaixo:
(A taxa de câmbio de mercado [market exchange rates]
é aquela que prevalece no mercado mundial internacional,
enquanto a taxa de câmbio PPP [PPP exchange rate] é
definida como aquela em que a moeda de um país precisa
ser convertida na de outro país, para poder comprar uma
mesma quantidade de bens e serviços em cada país.
O uso da taxa de câmbio PPP dá maior peso às
economias de mercado emergentes quando se analisa o crescimento
do mercado mundial.)
A extensão do crescimento econômico da China é
sintetizada na seguinte incrível estatística: em
2007 a China tinha 7 mil fábricas de aço, o dobro
do que ela tinha em 2002.
As instituições financeiras também estavam
otimistas. Em abril de 2006, o Deutsche Bank Research ressaltou
que a economia mundial estava vivendo o seu mais longo período
de crescimento desde a década de 1970, mas desta vez sem
crescimento da inflação. Ocorreram algumas dificuldades
com a Nova Economia 1.0 em 1999/2000 (o colapso do mercado
de ações e da bolha dot.com, e o desenvolvimento
da recessão dos EUA), mas a Nova Economia 2.0
parece estar indo muito bem agora.
Atualmente, as previsões ainda são de que a economia
mundial como um todo continuará crescendo. No último
relatório publicado no mês passado, o Banco Mundial
previa um crescimento da economia mundial de 3,3% para 2008, alegando
que a robusta expansão nos países em desenvolvimento
compensará, em parte, os fracos resultados nos países
desenvolvidos. Entretanto, não é completamente
certo, pelo que o relatório acrescenta: sérios
riscos negativos lançam uma sombra sobre este pouso suave.
A questão central, no entanto, não é saber
quando a economia dos EUA ou a economia mundialc,omo um todo,
entrarão em recessão, mas sim, quais são
os processos que a levaram a esta crise e quais são suas
implicações.Para isso será necessário
rejeitar a análise extremamente parcial que caracteriza
as últimas previsões do Banco Mundial e que irá,
certamente, ecoar em muitos lugares.
Artigo continua (mais quatro partes serão publicadas)