Este texto foi publicado no WSWS.org, originalmente em inglês,
em 23 de outubro de 1995. Trata-se da terceira parte de quatro
que serão publicadas em nosso site nas próximas
semanas. Ernest Mandel, dirigente de longa data do Secretariado
Unificado, morreu no dia 20 de julho de 1995. Com sua morte, sai
de cena um homem que cumpriu um papel de destaque na história
da IV Internacional durante o pós-guerra.
Mudanças na Quarta Internacional
Os anos que passaram-se após essas publicações
testemunharam uma profunda mudança nas posições
não apenas de Ernest Mandel, como também de uma
grande seção da Quarta Internacional. As mesmas
concepções que Mandel condenou em 1946-47 foram
adotadas por ele nos anos seguintes. A mudança em sua posição
política refletia a crise que tomara a Quarta Internacional
ao final da década de 40.
A crise política dentro da Quarta Internacional não
pode ser compreendida isoladamente da totalidade do desenvolvimento
da situação mundial. Primeiramente, ficou evidente,
em 1948, que o risco de uma revolução socialista
na Europa Ocidental que surgiu ao final da guerra
havia desaparecido. Sob a égide do imperialismo americano
e seu Plano Marshall, o capitalismo manteve certo equilíbrio
viável. O movimento da classe trabalhadora retrocedeu e
sua iniciativa política, com a ajuda dos stalinistas e
social-democratas, passou novamente para as mãos da burguesia.
Apesar da traição à classe trabalhadora,
o prestígio e influência da burocracia soviética
aumentaram consideravelmente, como resultado de sua vitória
sobre os nazistas alemães. Na França e Itália
onde foram a força preponderante na resistência
antifascista após a invasão dos nazistas
sobre a URSS ter rendido o (vazio e nulo) pacto de não-agressão,
os stalinistas foram também a força política
dominante na classe trabalhadora. No Leste Europeu, a estatização
da indústria foi acelerada em resposta ao Plano Marshall.
Na Iugoslávia, o regime dirigido por Tito já havia
realizado a estatização da indústria. Ao
mesmo tempo, a influência dos partidos stalinistas crescia
rapidamente, principalmente na China e na Indochina francesa.
De uma forma peculiar, em 1948, a explosão do conflito
entre Tito e o Kremlin contribuiu para a crise política
dentro da Quarta Internacional. Inicialmente e corretamente
a Quarta Internacional defendeu criticamente Tito contra
as denúncias e provocações do Kremlin. Ela
avisou, contudo, que não seria possível lutar contra
o stalinismo com base em um programa nacionalista, ou seja, contrapondo
aos ditados brutais do Kremlin uma versão iugoslava do
socialismo em um só país. Nem mesmo
em seu desenvolvimento seria possível, para os comunistas
iugoslavos, equilibrar-se entre a União Soviética
e os imperialistas com base em um programa de interesses nacionais.
A intervenção da Quarta Internacional nesse momento
crítico, o primeiro grande racha nas fileiras dos stalinistas,
era correta e principista. A crise forneceu aos trotskistas a
oportunidade única de explicar para ao mundo todo as questões
que sustentavam sua grandiosa luta travada desde 1923. Mais do
que isso, a Quarta Internacional poderia fazer algo que Tito era
incapaz: explicar que o ataque soviético à Iugoslávia
provém do caráter contra-revolucionário da
burocracia do Kremlin e do stalinismo.
Entretanto, os acontecimentos na Iugoslávia fortaleceram
tendências oportunistas que começavam a tomar forma
dentro da Quarta Internacional. Inicialmente, a nacionalização
das indústrias no Leste Europeu suscitou a discussão
sobre a habilidade dos stalinistas em formar novos Estados Operários.
Agora, o desafio do Kremlin pelo Partido Comunista Iugoslavo era
tomado como uma indicação de que os partidos Comunistas
poderiam passar por processos de auto-reforma. Foi nesse contexto
que se desenvolveu uma discussão dentro da Quarta Internacional
sobre a natureza dos estados recentemente incorporados pelos stalinistas.
Após longo debate, chegou-se a conclusão de que
os regimes do Leste Europeu poderiam ser classificados como Estados
Operários Deformados.
A natureza dos estados do Leste Europeu.
Qual o sentido desse novo termo? Por muitos anos a União
Soviética foi classificada pela Quarta Internacional como
Estado Operário Degenerado. Criada sobre uma vitoriosa
revolução proletária, a estrutura política
e os órgãos do estado soviético haviam passado
por forte degeneração. Os elementos de democracia
operária foram suprimidos pela burocratização
do estado e do partido dominante. Na medida em que defendeu as
novas formas de propriedade nacionalizadas criadas pela Revolução
de Outubro, a União Soviética permaneceu um Estado
Operário. Entretanto, a usurpação do poder
político pela burocracia, o ressurgimento da desigualdade
social, a contradição entre os interesses materiais
da burocracia dominante e aquilo que era requerido para o desenvolvimento
de uma economia planejada cientificamente tudo isso exprimia
o processo de degeneração que levou ao colapso da
União Soviética e à restauração
do capitalismo.
A tarefa política pressuposta nessa definição
de Estado soviético era a de lutar para parar e reverter
essa degeneração, isto é, propagar e organizar
a derrota da burocracia do Kremlin através de uma revolução
política que desmantelasse as estruturas da repressão
totalitária, restaurasse a democracia operária e,
nessas bases, preservasse e desenvolvesse em sentido genuinamente
socialista e internacionalista as formas de propriedade nacionalizadas
que surgiram após 1917.
A definição de Estado Operário Deformado
contém uma ambigüidade inerente. Anteriormente, o
conceito de Estado Operário havia sido associado exclusivamente
a um Estado que, independentemente de sua evolução,
fora o produto de uma revolução socialista. Nenhum
dos Estados do Leste Europeu foram criados pela conquista do poder
político pela classe trabalhadora. Mesmo na Iugoslávia,
o movimento partidário foi baseado na pequena-burguesia
rural.
James P. Cannon e outros dirigentes do Socialist Workers Party
[Partido Socialista dos Trabalhadores SWP, na sigla em
inglês] preocupavam-se em encontrar um conceito apropriado
para definir os regimes estabelecidos pelos stalinistas no Leste
Europeu e nos Bálcãs. Este conceito, ao mesmo tempo,
não poderia ser o ponto de partida para uma revisão
da teoria marxista clássica e das perspectivas históricas
da Quarta Internacional.
Ficou determinado, temporariamente, que esses novos regimes
seriam definidos como Estados Operários Deformados. Para
Cannon e outros que insistiam que os acontecimentos no Leste Europeu
não contradiziam a análise trotskista do papel contra-revolucionário
do stalinismo, a nova definição deferia ser utilizada
de uma forma limitada e precisa. Ela reconhecia que as nacionalizações
realizadas pelo Estado eram, quando vistas em termos meramente
econômicos, de um caráter progressivo e deveriam
ser defendidas contra a restauração da propriedade
privada dos meios de produção. Além disso,
a definição expressava o comprometimento da Quarta
Internacional em defender esses Estados contra ataques militares
imperialistas. Essa posição se opunha diretamente
àquilo que Shachtman, com seu Workers Party [Partido dos
Trabalhadores], defendia [1]. Reivindicava uma revolução
política nacional-democrática sob o slogan
Vida longa à Polônia livre!.
Portanto, o uso da palavra deformado buscava exprimir
a diferença básica e essencial entre a União
Soviética e os regimes do Leste Europeu. Aquela era produto
de uma revolução proletária; estes não.
Deformados desde seu nascimento para a estrangulação
burocrática da classe operária do Leste Europeu,
esses estados eram de viabilidade histórica duvidosa. Como
procurei demonstrar em The Heritage We Defende [A Herança
Que Nós Defendemos]:
Assim, longe de associar tais regimes com novas perspectives
históricas, viáveis, a designação
deformado sublinhava a falência histórica
do stalinismo e apontava imperativamente para a necessidade de
construção de uma verdadeira direção
marxista, para a mobilização da classe trabalhadora
contra a burocracia por meio de uma revolução política,
a criação de verdadeiros organismos de poder operário
e a destruição dos incontáveis resquícios
capitalistas dentro das estruturas estatais e econômicas
(The Heritage We Defend [Detroit: Labor Publications, 1988], p.
179).
A discussão a respeito da correta definição
dos estados do Leste Europeu era mais do que uma disputa por palavras.
Em política, como certa vez observou Trotsky, por trás
de cada definição terminológica subsiste
um prognóstico histórico. Aqueles que mais lutaram
para que a Quarta Internacional reconhecesse, o mais rápido
possível, que Estados Operários de um tipo ou de
outro haviam se estabelecido do Leste Europeu, desenvolviam perspectivas
e orientações oportunistas para a Quarta Internacional.
A nova definição dos estados do Leste Europeu foi
o ponto de partida para a revisão das perspectivas do movimento
trotskista.
A perspectiva Pablista
Os esboços dessa nova perspectiva apareceram num documento
escrito por Michel Pablo, o Secretário Internacional da
Quarta Internacional, em setembro de 1949. O socialismo,
escreveu ele, enquanto movimento político e ideológico
do proletariado, enquanto um sistema social, é por sua
natureza internacional e indivisível. Essa idéia
está na fundação do nosso movimento e é
a única sobre a qual poderá se desenvolver a consciência
do movimento de massa que assegurará o desenvolvimento
socialista da humanidade.
Mas, tendo isso em mente, não obstante permanece
verdade que no período histórico de transição
do capitalismo para o socialismo como um todo, período
que pode se estender por séculos, encontraremos desenvolvimentos
revolucionários muito mais complicados e tortuosos do que
previram nossos mestres assim como Estados Operários
que não são clássicos, mas bastante deformados
(SWP International Information Bulletin [Boletim Informativo
Internacional do SWP], Dezembro de 1949, p. 3).
Esse documento marcou o início de uma nova perspectiva
histórica de transição do capitalismo para
o socialismo, que atribuía à burocracia stalinista
um papel histórico independente e progressivo. Ainda que
de forma diferente, essa concepção havia se desenvolvido
dentro da Quarta Internacional tendo por base as posições
de Shachtman e Burnham em 1939-40. Eles também atribuíram
à burocracia uma missão histórica mundial,
como protagonista de novas sociedades burocrático-coletivistas.
Agora, Pablo sugeria que os Estados Operários deformados
estabelecidos no Leste Europeu representavam a provável
forma que assumiria a transição do capitalismo para
o socialismo, o que poderia transcorrer décadas.
Em sua análise do Regime Soviético, Trotsky sempre
insistiu que o fortalecimento da burocracia não era a expressão
das tendências orgânicas operantes na transição
do capitalismo para o socialismo, mas a expressão das condições
específicas que confrontava o Estado Soviético após
a Revolução de Outubro: (1) O extremo atraso da
economia Russa; (2) A devastação produzida pela
Guerra Civil de 1818-21; (3) O cerco capitalista ao Estado Soviético,
prolongado pela derrotada das revoluções na Europa
Ocidental e na China. Tivesse a classe trabalhadora conquistado
o poder nos países capitalistas avançados, a URSS
não teria confrontado a combinação de circunstâncias
que produziu a monstruosidade do stalinismo. A nova análise
de Pablo sugeria, no entanto, que o stalinismo incorporava as
tendências universais da transição histórica
ao socialismo.
A contribuição de Isaac Deutscher
O debate dentro da Quarta Internacional realizou-se, como comentei
acima, dentro de um contexto de grande expansão da autoridade
e prestígio da União Soviética. Dentro de
seções da intelectualidade, especialmente na Europa,
uma nova atitude começou a surgir em relação
ao regime stalinista. Afinal, apesar dos crimes que cometeu, o
imenso sucesso da União Soviética não sugeria
que Stalin era, em algum complexo sentido, o instrumento de grandes
fins históricos? Por mais terríveis e brutais os
métodos de Stalin, eles não avançavam a URSS
rumo ao socialismo? Não teriam realmente os expurgos, verdadeiras
tramas monstruosas, consolidado o regime Soviético e tornado
possível a união que produziu a vitória de
Stalingrado? Não seria verdade que um omelete não
pode ser feito sem quebrar os ovos? Talvez o exemplo mais sofisticado
e influente desse relativismo político e moral seja a biografia
de Stalin, escrita por Isaac Deutscher e publicada em 1949.
Deutscher associou-se ao movimento trotskista na Polônia
na década de 30. Opôs-se firmemente à criação
da Quarta Internacional e desempenhou um papel central na formulação
dos argumentos dos delegados poloneses que se opuseram a criação
da Quarta Internacional na conferência de fundação
de 1938. Com o estouro da guerra, Deutscher fugiu para Londres,
onde se aprofundou no estudo da língua inglesa, dominando-a
tão bem quanto seu grande compatriota, Joseph Conrad. Passou
a contribuir em vários jornais e diários importantes
da Inglaterra. Seu Stalin foi imediatamente aclamado como
um trabalho competente.
O Stalin de Deutscher foi, em essência, uma desculpa
política sofisticada a esse propósito. Não
nega que Stalin falsificou grosseiramente o marxismo, traiu os
ideais da Revolução de Outubro e assassinou os dirigentes
do Partido Bolchevique. Mas, apesar disso tudo, Deutscher rejeitou
a caracterização de Stalin de coveiro da revolução
feita por Trotsky. Isso seria um exagero, dizia Deutscher. A carreira
de Stalin foi marcada por um grande paradoxo. Por mais terríveis
os crimes que ele possa ter cometido contra o bolchevismo, ele
foi compelido, pela força das necessidades objetivas, a
executar esse legado histórico. Pode ter sido um déspota,
mas um déspota revolucionário, na tradição
de Cromwell, Robespierre e Napoleão! Desta forma Deutscher
explicava as políticas seguidas por Stalin ao final da
II Guerra Mundial:
Vimos que as duas políticas, a nacionalista e
a revolucionária, chocam-se em pontos cruciais. Stalin,
todavia, não fez uma clara opção entre as
duas. Ele seguiu as duas linhas simultaneamente, mas, na mesma
medida que a nacionalista predominou durante a guerra, a revolucionária
terá seu momento depois dela.
This development constitutes by far the most striking
paradox in Stalins political evolution, so rich in paradox.
For more than two decades he had preached the gospel of socialism
in one country and violently asserted the self-sufficiency of
Russian socialism. In practice, if not in precept, he had made
Russia turn her back on world revolutionor was it Russia
that had made him turn his back upon it? Now, in his supreme triumph,
he disavowed, again in practice if not in precept, his own gospel;
he discarded his own canon of Russias self-sufficiency and
revived her interest in international revolution. Bolshevism appeared
to have run full circle and returned to it starting point. Such,
indeed, was the strange dialectics of Stalins victory that
it seemed to turn that victory into Trotskys posthumous
triumph. It was as if Stalin himself had crowned all his toils
and labours, all his controversies and purges, by an unexpected
vindication of his dead opponent (Stalin: A Political Biography
[New York: Oxford University Press, 1966], p. 552).
Esse desenvolvimento constitui, de longe, o mais paradoxal
na evolução política de Stalin, tão
rica em paradoxo. Por mais de duas décadas, ele pregou
o evangelho do socialismo em um só país, afirmando
violentamente a auto-suficiência do socialismo russo. Na
prática, se não no preceito, ele tinha feito a Rússia
virar suas costas à revolução mundial
ou seria à Rússia que ele teria virado as costas?
Agora, em seu triunfo supremo, ele negou, novamente na prática
se não em preceitos, seu próprio evangelho; descartou
seu próprio cânone de auto-suficiência da Rússia
e reanimou seu interesse pela revolução internacional.
O bolchevismo aparenta ter trilhado um longo círculo e
retornado ao seu ponto de partida. Tal é, de fato, a estranha
dialética da vitória de Stalin, que aparenta ter
se tornado uma vitória póstuma contra Trosky. Foi
como se o próprio Stalin tivesse coroado toda a sua rede
de trabalhos e armadilhas, todas as suas controvérsias
e expurgos, por uma inesperada reivindicação de
seu oponente morto (Stalin: A Political Biography
[Stalin: Uma Biografia Política] New York: Oxford University
Press, 1966, p. 552).
A descoberta e a ênfase em tais guinadas paradoxais muitas
vezes são vistas, bastante incorretamente, como dialética.
São, geralmente, nada mais que exibição pretensiosa
e sofista, consistindo numa habilidade superficial em ir
de um lado para outro. O retrato da política seguida
por Stálin ao final da guerra como uma variante peculiar
daquela defendida por Trotsky é, na verdade, uma grosseira
falsificação não apenas do marxismo, como
também dos fatos. As políticas de Stálin
no pós-guerra visavam suprimir o movimento revolucionário
da classe trabalhadora dentro e fora da União Soviética.
Deutscher parece nem mesmo ter notado que, enquanto escrevia sua
biografia, Stálin fazia de tudo para impedir a revolução
na Grécia. De qualquer forma, a identificação
da política stalinista do pós-guerra formada
basicamente pela defesa do grande poder e por políticas
nacionalistas ao socialismo internacionalista dos bolcheviques
era completamente irracional.
Contudo, a obra de Deutscher influenciou profundamente Pablo
e Mandel. É impossível não notar as semelhanças
entre os conceitos utilizados por Deutscher em sua biografia de
Stálin e aqueles encontrados nos documentos escritos por
Pablo e Mandel entre 1949 e1953. Vejamos, por exemplo, a seguinte
passagem do Stálin de Deutscher:
Na concepção stalinista, na medida em que
isto pode ser inferido da política de Stálin, o
processo da revolução mundial ainda é global,
pelo fato do antagonismo entre capitalismo e socialismo ser, como
o anterior entre feudalismo e capitalismo, inerente a todas as
civilizações modernas. Mas sua luta é contínua
apenas no sentido histórico e filosófico mais amplo.
É como algo que se estende sobre a vida de muitas gerações...
O choque bélico entre os sistemas opostos será,
ou poderá ser, seguido de uma trégua durável,
que poderá estender-se por muitas décadas, no curso
da qual o antagonismo entre os dois sistemas assumirá um
caráter de rivalidade pacífica (ibid, p. 553).
A proposição de Pablo sobre os séculos
de Estados Operários Deformados foi a mais extravagante
formulação de uma perspectiva, que encontrou a expressão
embrionária no trecho citado acima. A transição
do capitalismo para o socialismo poderia, de acordo com Deutscher,
durar décadas. Essa transição provavelmente
assumiria a forma de uma prolongada luta entre a União
Soviética e as potências imperialistas. Nos meses
que seguiram a publicação da biografia de Deutscher,
Pablo e Mandel desenvolveram a fundo essa concepção,
produzindo uma revisão absurdamente grotesca do trotskismo,
à qual deram o nome de teoria da Guerra-Revolução.
Continua...
Notas: [1] Max Shachtman antigo
dirigente do SWP que, liderando uma fração pequeno-burguesa
junto de J. Burnham e Abern, rompeu com o partido formando o Workers
Party em 1940. Ainda dentro do SWP, defenderam contra a adoção
do Programa de Transição, de Trotsky, como programa
do partido. Alguns dos principais dirigentes desta
fração, pouco após romper do SWP, romperam
também com o marxismo. Burnham, inclusive, serviu como
informante do governo americano por anos, tendo recebido uma Medalha
de Honra Presidencial de Ronald Reagan em 1983.