Publicado originalmente em inglês no wsws em 11 de
fevereiro de 2009
A General Motors Corp., a principal produtora de automóveis
dos E.U.A., anunciou nesta terça-feira planos para cortar
10.000 empregos dentro do próximo ano. Dessas demissões,
3.400 serão nos E.U.A. A maioria dos cortes acontecerá
em 1 maio, anunciou a GM em uma declaração. A montadora
também pretender reduzir o salário dos trabalhadores
que não despediu nos E.U.A. entre de 3 e 7%.
A nova rodada de cortes de empregos é parte da preparação
da GM para ganhar uma nova ajuda financeira do Departamento do
Tesouro dos EUA [depois dos US$ 13,4 bilhões em empréstimos
recebidos do governo em dezembro],
GM e Chrysler apresentarão planos de reestruturação
na próxima terça-feira (17/02) que detalharão
como as montadoras planejam obter concessões de seus trabalhadores
e acionistas até 31 de março. Há indicações
de que o prazo pode ser prorrogado, ou, então, o Tesouro
pode permitir que as duas montadoras entrem em falência.
Aos assalariados demitidos não serão oferecidos
pacotes ou aposentadoria antecipada, disse a GM. Isto porque o
Congresso incluiu termos nos empréstimos emergenciais das
montadoras que impedem a GM de utilizar o seu fundo de pensão
para dar pacotes aos assalariados. Em vez disso, acontecerão
demissões na empresa através do plano de contenção
preexistente, que oferece assistência mínima aos
trabalhadores demitidos.
Nos próximos dias, as montadoras estão susceptíveis
a anunciar uma nova rodada de demissões de trabalhadores
que as Três Grandes dos EUA (GM, Ford e Chrysler) estão
preparando em colaboração com o sindicato United
Auto Workers. O UAW representa a força de trabalho da indústria
automobilística dos EUA, mas, na verdade, funciona mais
como parte da gestão da empresa. Em uma cadeia ininterrupta,
aceitou todas as exigências das empresas, desde o resgate
da Chrysler em 1979, sempre com suposto intuito de "salvar
empregos".
Na última semana, a GM se juntou à Chrysler para
oferecer pacotes de demissão para 89.000 trabalhadores.
Os acordos incluem vales no valor de US$ 25.000 para a compra
de um novo veículo GM e US$ 20.000 em dinheiro. Este mês,
o UAW concordou em encerrar o seu programa Banco de Empregos,
que tem funcionado como um programa de seguro desemprego. Três
meses atrás, a GM ofereceu pacotes de demissão por
aposentadoria para 5.100 trabalhadores.
O UAW tem mantido um silêncio rigoroso quanto à
atual ronda de demissões e benefícios que está
negociando. No entanto, é previsível que, em troca
de algumas concessões sem precedentes, a burocracia do
UAW seja recompensada com ações nas empresas de
automóveis. Essas manobras converterão o UAW em
uma entidade empresarial, um processo que já avança
irreversivelmente. O UAW, subseqüentemente, enfrentará
mais e mais pressão financeira para reduzir o salário,
as condições de saúde e os benefícios
dos trabalhadores.
Os trabalhores das montadoras devem assumir a direção
da contra-ofensiva da classe trabalhadora, buscando quebrar a
ditadura política e econômica do sistema de lucro
sobre a vasta maioria da população. Esta luta deve
ser realizada em conjunto com os trabalhadores de todo o mundo,
que sofrem em todos os lugares sob ataques similares.
Apesar disso, a crise da indústria automobilística
dos E.U.A. e mundial avança rapidamente.
As vendas de automóveis nos E.U.A. chegaram à
taxa mais baixa em 27 anos em janeiro. A empresa de pesquisa sobre
automóveis RL Polk & Co. prevê uma queda de quase
20% no mercado de carros para os E.U.A. em 2009 [já após
uma queda de 17% em 2008]. No ano passado, a GM perdeu a sua posição
como líder mundial na produção de automóveis
para aToyota Motor Co., do Japão, pela primeira vez em
77 anos. As ações da GM perderam 89% do seu valor
em apenas um ano. Em janeiro, as vendas da GM nos E.U.A. diminuíram
abruptamente quase 50% e a China suplantou os E.U.A. como líder
mundial no mercado de automóvel.
Existem atualmente cerca de 3 milhões de novos carros
para venda nos estacionamentos de concessionárias dos E.U.A.
Nos atuais níveis de vendas, seriam necessários
118 dias para esgotar este inventário.
Na semana passada, a Chrysler anunciou planos para parar a
produção em mais quatro plantas. Recentemente, a
GM anunciou que demitiria 2.000 trabalhadores nas suas plantas
de Lansing, Michigan e Lordstown e Ohio. Além disso, a
empresa pretende diminuir intermitentemente a produção
em 12 das suas fábricas na América do Norte nos
próximos meses.