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China: Greve na Honda Lock continua enquanto inquietação
operária se espalha
Por John Chan
19 de junho de 2010
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com o autor
Greves nas plantas de sistemas de exaustão e transmissão
da Honda em Foshan, sul da China, que conquistaram reajustes salariais
significativos, e ações de mobilização
ainda em andamento por operários da Honda Lock, em Zhongshan,
foram seguidas por ações de greve em outras partes
do país. Em cidades como Xangai, Zhuhai e Xian, os trabalhadores
de empresas estrangeiras e estatais estão exigindo maiores
salários, melhores condições de trabalho
e empregos mais seguros.
A greve na Honda Lock, envolvendo 1.700 trabalhadores, parece
estar se intensificando. Na manhã de ontem os empregados
se reuniram do lado de fora da fábrica, antes de ensaiarem
uma curta marcha de protesto, em desafio à tropa de choque
policial. A polícia se retirou sem confrontar os trabalhadores.
A Honda, mesmo assim, ameaçou-os pelos alto-falantes, dizendo
que iriam enfrentar"sérias conseqüências"
se não aceitassem o reajuste de 100 yuans oferecido pela
empresa. Muitos trabalhadores da Honda Lock atualmente ganham
o salário mínimo local oficial de 900 yuans por
mês, o equivalente a 132 dólares, por uma jornada
de trabalho semanal de 42 horas. Eles exigem um aumento de 800
yuans por mês, 89% do salário atual.
Na quinta-feira, informou o South China Morning Post,
trabalhadores entoavam ao lado de uma cerca da fábrica:"Vamos
aceitar 200? De jeito nenhum. 300? Não! Que tal 400? De
jeito nenhum." Uma trabalhadora de 32 anos da província
de Hunan disse:"Queremos o mesmo nível salarial dos
trabalhadores da Honda em Nanhai. Nenhum centavo a menos."
Uma trabalhadora de 33 anos da região autônoma de
Guangxi disse ao jornal por que havia entrado em greve:"Trabalho
na unidade de pintura", ela explicou."A qualidade do
ar lá dentro é terrível. Eu estou inalando
gases tóxicos há quatro anos e só ganho 1.800
yuans por mês. O nível salarial é baixo demais."
A empresa não providencia moradia aos trabalhadores,
de modo que eles são obrigados a viver nos arredores em
apartamentos que, somando aluguel e serviços domésticos,
normalmente custam 44 dólares (300 yuans) ao mês.
Os trabalhadores da Honda Lock também foram instigados
pelas condições de trabalho opressivas. Eles são
forçados a ficar de pé por oito horas, e as mulheres
grávidas só recebem permissão para se sentar
no último trimestre de gestação. Não
são autorizados a conversar uns com os outros, precisam
obter passes antes de ir ao banheiro, e são rigidamente
monitorados pela administração mesmo ao beber água.
A greve foi iniciada na manhã de quarta-feira, quando um
segurança da companhia negou entrada a uma trabalhadora
porque seu cartão de identificação estaria
preso a sua camisa de maneira inadequada, empurrando-a para o
chão após ela ter protestado.
Os empregados da Honda Lock elegeram um conselho de superintendentes
para negociar com a administração. A organização
foi formada em oposição à Federação
Nacional de Sindicatos da China (FNSC), e alguns levantam a proposta
de um novo sindicato independente."A [FNSC] não está
representando nosso modo de ver", um grevista anônimo
disse ao New York Times,"queremos o nosso próprio
sindicato, um sindicato que nos represente."
Esses desenvolvimentos representam um desafio direto ao banimento
do Partido Comunista Chinês a qualquer organização
independente da classe trabalhadora, que está em efeito
desde que os exércitos camponeses de Mao chegaram ao poder
em 1949.
O Financial Times de ontem informava:"Em fábricas
onde as greves continuam, a vigilância à paisana
dos trabalhadores e repórteres está aumentando".
A extensão real da onda de greves por toda a China permanece
obscura, pois alguns focos do incêndio foram resolvidos
ou suprimidos logo após terem surgido, enquanto outros
foram deliberadamente ignorados pela mídia estatal.
Em Zhuhai, na província de Guangdong, quase mil trabalhadores
de uma planta da Flextronics entraram em greve na quinta-feira,
exigindo um reajuste salarial para alinhá-los com os 2
mil yuans pagos aos trabalhadores da Foxconn. A norte-americana
Flextronics é a segunda maior fabricante terceirizada de
eletrônicos do mundo depois da Foxconn, e emprega 30 mil
trabalhadores na sua fábrica em Zhuhai. Os trabalhadores
reclamaram que são submetidos a um regime de produção
brutal similar ao da Foxconn, mas recebem somente cerca de 965
yuans ao mês. Seu salário é similar àquele
da Foxconn antes de uma série de suicídios ter forçado
a companhia a oferecer aumentos.
Em Xangai, 2 mil trabalhadores da TPO Displays, parcialmente
controlada pela gigante Foxconn, entraram em greve na quarta-feira,
protestando contra possíveis planos da empresa para realocar
a planta para Nanjing. Os trabalhadores produzem telas de LCD
para celulares e dispositivos GPS.
Em Xian, na província de Shaanxi, duas plantas têxteis
da japonesa Brother Industries foram fechadas por uma greve de
900 trabalhadores que começou no dia 3 de junho com exigências
de maiores salários e melhores condições
de trabalho. A FNSC afirmou que os trabalhadores concordaram em
voltar ao trabalho na quinta-feira, depois que a administração
da companhia japonesa fez algumas concessões.
Em Jiujiang, província de Jiangxi, 8 mil trabalhadores
protestaram numa fábrica taiwanesa de equipamentos esportivos.
No sábado passado, uma trabalhadora que não estava
com seu cartão de identificação foi impedida
de entrar na planta, o que conduziu a uma discussão durante
a qual seguranças atacaram um segundo trabalhador que tentava
fazer a mediação. Depois que rumores circularam
de que ele havia morrido dos ferimentos que sofrera, o ódio
contido irrompeu na segunda-feira e os trabalhadores quebraram
o departamento de segurança, o portão da fábrica,
os equipamentos e veículos. A greve acabou quando 200 policiais
prenderam os seguranças que haviam atacado o trabalhador.
A polícia permaneceu no local para assegurar que a produção
continuasse.
Na cidade de Suizhou, província de Hubei, 400 trabalhadores
ensaiaram um protesto anti-privatização em frente
à fábrica têxtil estatal onde trabalhavam.
A planta havia sido vendida para um proprietário privado
que não foi capaz de reavivar a produção
e que, em vez disso, saqueou as pensões e outros benefícios
dos trabalhadores. A autoridade local comprou de volta a companhia,
só para vendê-la novamente, desta vez a especuladores
imobiliários. Os trabalhadores começaram a protestar
contra a venda no mês passado, e o impasse se mantém.
A imprensa financeira internacional continua a observar o movimento
emergente na China com crescente desconforto.
Um comentário de Tom Mitchell no Financial Times
de quarta-feira advertia que a quebra da cadeia global de
suprimentos causada pelas ações dos trabalhadores
chineses provavelmente se mostraria tão danosa aos investidores
quanto as concessões salariais."A complexidade da
cadeia global de produção pode ser algo impressionante
- mas ela não vem sem um preço", ele apontou."A
fragilidade inerente de um sistema tão amplamente arraigado,
com milhões de interações, pode levar rapidamente
a repercussões negativas de grande alcance para as companhias
cujos futuros estão ligados a este sistema."
A BusinessWeek comentou na quinta-feira que a nova geração
de trabalhadores chineses"é muito mais consciente
dos acontecimentos mundiais do que seus pais", graças
ao uso disseminado da internet e dos telefones celulares. Frank
Jaeger, um proprietário de fábrica em Dongguan reclamou:"Todo
trabalhador é por si próprio um advogado trabalhista.
Eles conhecem seus direitos melhor que meu gestor de recursos
humanos." Harley Seyedin, presidente da Câmara Americana
de Comércio do Sul da China, disse:"Existem cyber-cafés
por toda parte, então os trabalhadores têm como conseguir
informações. Eles estão começando
a pedir mais. Os dias da mão-de-obra barata acabaram."
O Economic Daily, de Hong Kong, advertiu ontem que as
greves podem"se espalhar pelo país inteiro".
Ele declarou que, embora algumas grandes corporações
possam pagar por concessões salariais, existem limites.
Firmas transnacionais poderiam sair da China se margens de lucro
maiores fossem oferecidas em outro lugar, enquanto muitas pequenas
e médias empresas poderiam desabar se forçadas a
implementar aumentos salariais de 20-30%. O Economic Daily também
explicou que, embora seja importante que Pequim encoraje o consumo
doméstico, conceder salários maiores carrega grandes
riscos sociais:"Dado o presente estado de agudas tensões
sociais na China, as greves podem incorporar outras problemáticas
sociais, evoluindo para manifestações e mesmo um
levante, contra a [atual] sociedade e mesmo contra o governo,
abalando a estabilidade social".
O PCC está bem ciente dos perigos associados à
crescente onda de greve. Hoje ele se encontra no fio da navalha,
hesitando em atacar os grevistas com medidas repressivas por medo
de catalisar um movimento de oposição mais amplo
enquanto, ao mesmo tempo, prepara-se para um confronto violento
para suprimir a classe trabalhadora, como já fez no passado.
(traduzido por movimentonn.org)
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